terça-feira, 1 de abril de 2014

A difícil Bênção da Vida e da Fé


«Entre outras coisas, num pequenino cartão, escreveu-me, há tempos, uma pessoa cara: ‘Apreciei muito o seu convite, mas, infelizmente, não o poderei aceitar. Sei que seria uma bela ocasião para voltarmos a conversar, mas devemos respeitar e abraçar a difícil bênção da contingência’. Respeitar e abraçar a difícil bênção da contingência. Extraordinária sabedoria de vida. E extraordinária síntese da vida. Bênção e custo. Dom e conquista. Promessa e limite. Inseparavelmente. Do mesmo modo a fé em Jesus Cristo. A graça do dom de Deus. O custo do reconhecimento humano. E, entre um e o outro, a difícil inscrição da fé na vida de cada dia, nos encontros de todos os dias, sobretudo quando o custo parece fazer esquecer a graça, e a banalidade, a promessa e o vazio, a alegria. Porém, é assim que nos espera a vida. É assim que se realiza a fé. E é tanto.
Entre estas linhas, na forma de um tríptico, se desenham as páginas que seguem. Como um interstício, no centro está a fronteira, lugar de passos e de passagens, de perdas e de paixão. Se nos custa reconhecer como a fé se tornou irrelevante para tantos e como, por vezes, faltam às comunidades cristãs a força dos gestos e a unção das palavras que sejam capazes de dar um corpo vivo à graça do Evangelho, poderemos chegar a receber esta experiência de prova como bênção de um tempo favorável.»

Entre-tanto: A difícil Bênção da Vida e da Fé 

p. José Frazão Correia sj, 

Imagem - klimt Bauerngarten

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